domingo, 11 de maio de 2008

Countersteering

Neste post vou-vos apresentar uma técnica de conduçao de motas muito útil, que quase todos vocês já devem usar mas ainda não se devem ter apercebido. É uma das técnicas mais ensinadas nos cursos de condução defensiva de motas.

Esta técnica é bastante eficaz não só para nos desviarmos de buracos ou obstáculos que surjam de repente mas também para curvarmos de uma maneira mais eficaz. Muitas vezes vamos rápido demais para a curva em questão e utilizando o countersteering conseguimos inclinar a mota e fazermos a curva em segurança.

Em baixo apresento um texto retirado deste fórum http://yamahaxtz.forumvila.com/yamahaxtz-about219.html, alguns vídeos do youtube (em inglês) e outras referências escritas (em inglês). Espero que vos seja útil e vou continuar a apresentar dicas de condução.

Os textos são um bocado longos mas acreditem que valem a pena. Se tiverem mais referências, por favor, deixem nos comentários! Acredito que se começarem a praticar este técnica vão começar a sentir a condução da mota de outra maneira! Enviem-me o vosso feedback!

"Compreendendo melhor a técnica e os princípios do “countersteering”.

O princípio básico:
Uma vassoura equilibrada na ponta do dedo só cai para a direita se o dedo se movimentar para a esquerda. Passa-se exactamente a mesma coisa com os veículos de 2 rodas. O ponto de contacto entre o pneu e o chão tem que se deslocar para a esquerda , se quisermos que a moto curve para a direita. Para fazer isto, temos que “orientar” a roda da frente (ou “contra-brecá-la”) para a esquerda de modo a que o veículo de duas rodas se incline para a direita e inicie a curva nessa direcção. Os conhecimentos deste princípio têm já bastantes anos, como se pode testemunhar numa citação de Wilbur Wright, que data de há mais de 200 anos, mencionada na pág. 131 de “The Motorcycle Safety Foundation’s Guide to Motorcycling Excellence”.

A técnica do “countersteering”:
Com os seus fundamentos no princípio básico que vimos no ponto anterior, a técnica do “countersteering” é a principal técnica ensinada nos muitos cursos por esse mundo fora, no que respeita a curvar um veículo de 2 rodas. O sumário do seu ensino pode-se resumir da seguinte forma:

- Abaixo dos 30-40 Km/h não se usa esta técnica, pois existe o risco de uma queda súbita. Abaixo dessas velocidades, o veículo de rodas vira na direcção desejada quando usamos, inconscientemente, o mecanismo tronco-braços-guidão (que dá ênfase à inclinação do tronco e não à força aplicada no guidão), facilmente compreensível quando andamos de bicicleta. Muitos continuam a defender que abaixo dessas velocidades se deve virar o guidão na direcção da curva (conforme se faz num automóvel).

- Acima dos 30-40 Km/h, a técnica consiste em empurrar o guidão do lado para onde queremos virar (se queremos virar para a direita, empurramos o punho direito para a frente), de modo a iniciar uma reacção física que obrigue a moto a inclinar-se nessa direcção. Note-se que a velocidade entre os 30 e os 40 Km/h é por vezes definida como “zona cinzenta”, e o uso da técnica do “countersteering” poderá estar dependente de diversos factores.

Esta técnica é o “casamento” do princípio básico do “contersteering” com as reacções giroscópicas e com a geometria da suspensão frontal.
À primeira vista, esta técnica é surpreendente, pois contradiz um pouco o senso comum. Em velocidades de cerca de 100 Km/h, um ligeiro “empurrão” num dos lados do guidão faz realmente com que a moto se incline na direcção contrária, mas a roda da frente gera reacções contrárias que impedem o motociclista de empurrar com muita força, dando-lhe a sensação de que existe alguma resistência e estabilidade.



Mas ao mesmo tempo, estas “contra-reações” sentem-se de tal forma que ao orientar o guidão na direção 3 gera uma força de inclinação na roda na direcção 4. Ao mesmo tempo, essa orientação 3 é tal que a zona de contacto entre o pneu e a estrada segue a orientação 5. Existe portanto uma força centrífuga que inclina a moto na direcção 4. Também se pode dizer que o ponto de contacto entre o pneu e a estrada “foge” na direcção 5, fazendo com que a moto se incline na direcção 4.

A técnica do “countersteering” também pode apresentar os seus perigos, nomeadamente no que respeita à reação de surpresa perante uma situação inesperada, pois o motociclista pode perder algumas fracções de segundo a pensar qual o lado do guidão que deve empurrar, o que pode ser bastante negativo e com consequências imprevisíveis.

Notas: A palavra “countersteering” poderia ter sido traduzida por “contra-brecagem”, mas por achar que o termo foge um pouco ao conceito, preferi usar o termo original. Aconselho vivamente a consultarem o link do site, pois é muito rico em termos de informação.

Fonte: http://www.clevislauzon.qc.ca/professeurs/mecanique/ethierp/2-wheels/index.htm"





Outras referências:
- Wikipedia: Countersteering

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